Busato: relatório da Anistia Internacional só traz verdades
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, afirmou hoje (25) que as pesadas críticas aos direitos humanos no Brasil, feitas em relatório divulgado hoje pela Anistia Internacional, são totalmente verdadeiras. “A sociedade brasileira enfrenta graves problemas de violência policial. Temos problemas de tortura em delegacias, de maus tratos nos presídios e nos hospitais psiquiátricos”, afirmou Busato. “Além disso, o negro ainda muito é mau tratado, sobretudo pela polícia, para quem o negro é sempre um suspeito. Portanto, há resquícios da escravatura em pleno ano de 2005”. O presidente nacional da OAB destacou, ao comentar o relatório, que o crime organizado infelizmente não é um problema localizado, mas atua em praticamente todo o País. “O que falta é a tomada urgente de providências por parte dos governos estaduais e federal para que a situação em torno dos direitos humanos seja normalizada”. Busato lembrou, ainda, que a mulher também tem sido vítima constante de violência e chamou a atenção para fatos ocorridos neste ano e que provavelmente devem constar do relatório da Anistia no ano de 2005, como a morte por desnutrição de várias crianças indígenas na região da grande Dourados, no Mato Grosso do Sul. No documento divulgado hoje, a Anistia Internacional acusa o Brasil de não estar cumprindo as promessas de lutar pelos direitos humanos, tanto no governo anterior quanto na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os principais problemas do País continuam sendo a impunidade; a matança de “centenas, talvez milhares” de civis todos os anos; o abuso de presos; a repressão a ativistas da terra e índios; e a participação “sistemática” da polícia em esquadrões da morte. O estudo avaliou a situação dos direitos humanos em 145 países do mundo, no período de janeiro a dezembro de 2004. Com relação às críticas do relatório à participação das polícias brasileiras em crimes, o presidente da OAB afirmou que o Brasil tem uma polícia totalmente despreparada e sem qualificação. Busato não culpa os policiais por este despreparo, mas as autoridades brasileiras, que não investem no aparelhamento e na formação das Polícias no País. “O policial hoje é sinônimo de funcionário público mau preparado, o que leva a sociedade a não ter a mínima confiabilidade no policial”.