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Manobras tentam evitar fim do nepotismo na Câmara
Brasília, 02/03/2006 – Apesar da promessa do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), de colocar em votação ainda em março o projeto de emenda constitucional (PEC) antinepotismo, já existe uma movimentação nos bastidores da Casa para que a matéria não entre na pauta antes das eleições, evitando uma pressão maior da opinião pública. Se aprovada, a PEC vai inserir na Constituição a proibição da contratação de parentes nos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – e no Ministério Público. A OAB Nacional apóia incondicionalmente a aprovacão da PEC que acaba com o nepotismo nos três Poderes. Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB), alguns parlamentares irão se unir para tentar adiar a votação, mas dificilmente evitarão que o projeto seja votado. Não há dúvida de que haverá muita resistência. Mas, acredito que depois da decisão do Judiciário, não há como barrar a votação. Temos que acompanhar a decisão e estender a proibição. Além do que, o presidente da Câmara já se comprometeu em colocar o texto em votação em março, avalia. No última dia 16, por nove votos a um, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela constitucionalidade da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinava a demissão de parentes de magistrados e servidores que ocupavam cargos de confiança no Judiciário. Pressionado, no dia seguinte da decisão do STF, Rebelo garantiu que a PEC antinepotismo seria votada na segunda semana de março pela Câmara.A OAB Nacional apóia incondicionalmente a aprovacão da PEC que acaba com o nepotismo nos três Poderes. Já o deputado Eduardo Sciarra (PFL) acha que algumas matérias atrasadas terão prioridade na pauta de março. Tenho ouvido que o presidente, Aldo Rebelo quer colocar o projeto em votação em março, mas acredito que dificilmente isso acontecerá. Existem matérias atrasadas e importantes, como a redução dos gastos de campanha e o orçamento deste ano, que devem obstruir a pauta do mês, lembra. O projeto em tramitação na Câmara Federal também veta o chamado nepotismo cruzado, modalidade na qual parlamentares trocam nomeações. A contratação de empresas prestadoras de serviço, que tenham em seu quadro de funcionários parentes da autoridade contratante, através concessão também, ficaria proibido. Caso não consigam adiar a votação, alguns parlamentares já preparam propostas para alterar o texto e tornar menos rígidas as normas contra o nepotismo. O deputado pernambucano, José Múcio Monteiro (PTB) já se manifestou neste sentido. O parlementar já sinaliza com uma proposta que estabeleceria um sistema de cotas para contratação de parentes, sob a alegação de que não é justo condenar um parente competente, porque tem político na família.