Aos 71 anos, Gomercindo Portella recebe a carteira de advogado da OAB/MS
Gomercindo Portella de Andrade, advogado, 71 anos. Assim como a idade e a disposição impressionam, outros números sobre o perfil deste senhor também: 9 filhos, 24 netos, 6 bisnetos, 4 casamentos no currículo amoroso. Experiente corretor de imóveis e professor de Língua Inglesa. A boa memória do passado é evidente, mas uma data e alguns algarismos mais recentes nos fazem arrancar um belo sorriso de seu rosto. No dia 12.02.2016, ele soube que tinha sido aprovado no Exame de Ordem da OAB/MS. Sua inscrição: 20.386.
A tão sonhada carteira de registro profissional ele recebeu na tarde de ontem (29) no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul, aplaudido pela família, amigos e os novos colegas da área jurídica. Com o documento em mãos, Gomercindo afirma que vai atuar na causa trabalhista e que já está se especializando para isso. “Minha pós-graduação em Direito Processual do Trabalho termina em setembro. Sou um aluno dedicado, modéstia a parte. Na minha turma de 52 alunos formados, vi apenas 3 hoje recebendo a carteirinha”, conta.
A aposentadoria é uma palavra distante da realidade de Gomercindo e a previsão para o futuro ele calcula com muito otimismo. “Eu pratico atividade física e cuido da minha alimentação. Vou advogar por uns 10, 15 anos e depois sim, me aposento como advogado. Quero chegar aos 95 anos de idade com bastante alegria e disposição”, projeta.
Gomercindo ingressou no curso de Direito em 2006. Depois de dois anos na vida acadêmica, teve que interromper os estudos por quatro anos. Voltou em 2012 para a universidade e se formou ano passado. Sobre a nova carreira, ele acredita que a receita do sucesso está nos valores aprendidos ao longo da vida e lapidados no curso de Direito.
“O advogado tem um espaço muito amplo para se trabalhar. O diferencial está na seriedade com que defende seus clientes. Sou franco e sempre trabalhei na corretagem dizendo os prós e contras para as pessoas. Não será de outra forma na advocacia. O maior legado que eu posso deixar é a minha dignidade”, justifica o mais “jovem” advogado.