Busato avalia como gatunagem possível caso de corrupção nos Correios

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O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, afirmou hoje (17) que a reportagem publicada pela revista Veja envolvendo em denúncia de corrupção o diretor de Material da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Maurício Marinho, “se confirmada, é um caso típico e grave de gatunagem e, como tal, precisa ser exemplarmente punido” A publicação aponta o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como suposto comandante do esquema de propina em negociações com fornecedores da ECT e já provocou um requerimento para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, apresentado pela oposição. Lembrando o caso Waldomiro Diniz – ex-assessor da Casa Civil da Presidência flagrado pedindo propina a um bicheiro em fevereiro do ano passado e que escapou ileso da denúncia -, Roberto Busato salientou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não pode jogar mais esse escândalo para debaixo do tapete”. O presidente nacional da OAB destacou a importância de instalação de uma CPI para investigar de forma ampla a corrupção em escalões do governo, mas considerou “da maior urgência a necessidade de que a Polícia e o Ministério Público, respeitando o devido processo legal, investiguem a denunciem a gatunagem nos Correios, empresa que já foi exemplo de bons serviços prestados ao público e agora é alvo de gatunos, conforme a Veja”. Para Busato, “urge colocar atrás das grades os gatunos dos recursos públicos neste País”. Roberto Busato observou que o País vai ingressando, perigosamente, numa rotina de escândalos de corrupção e é preciso que o governo aja com firmeza e rapidez para reverter essa situação, punindo os culpados Ele lembrou que no caso das denúncias contra o ministro da Previdência Social, o presidente da República foi no mínimo “incauto” ao nomeá-lo para o cargo. “O ministro Jucá estava sendo acusado de diversos ilícitos, inclusive contra a Previdência. O que o presidente Lula fez, no mínimo, foi o papel de incauto”, afirmou. “Ele foi incauto ao nomear alguém para cuidar da Previdência, assim como ele seria incauto de colocar a raposa para cuidar do galinheiro”, acrescentou. Com relação ao escândalo envolvendo o Banco Central (BC), Henrique Meirelles, que será investigado em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve o sigilo fiscal quebrado a pedido do procurador-geral da República, Busato observou que houve uma investigação de fatos de que não se tinha conhecimento no momento da nomeação. “Pelo menos o grande público não tinha conhecimento de fatos relativos ao presidente do BC na ocasião do convite do presidente Lula”, disse o presidente da OAB. O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, suspeita do envolvimento do presidente do BC com sonegação, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crime eleitoral. Contudo, com a designação de Romero Jucá, o presidente Lula assumiu um risco, na opinião do presidente nacional da OAB. “Este é um ato previsível”, afirmou. “Assumiu o risco, e o resultado está nas páginas dos jornais todos os dias. Ele está sendo investigado e poderá o quadro tornar-se muito mais grave, causando prejuízos incontestáveis à Previdência Social no País”.