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Cabos eleitorais podem "maquiar" compra de votos, alerta Faiad

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Cuiabá (MT), 08/08/2006 – O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso, Francisco Faiad, alertou para a forma excessiva como partidos, coligações e, especialmente, candidatos devem investir na contratação de cabos eleitorais para as próximas eleições. Segundo ele, o excesso de gente pedindo votos para um determinado candidato poderá se constituir numa forma “maquiada” de compra de votos. O alerta foi dado durante lançamento da campanha “Voto não tem preço, tem conseqüências”, desenvolvida pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, na sede da OAB-MT, em Cuiabá.

Faiad explicou que os limites da propaganda eleitoral, impostos pela nova legislação, leva à conclusão de que o principal investimento de partidos, coligações e candidatos deverá ser no próprio eleitor. Está proibido para as próximas eleições o uso de cartazes, santões, uso de outdoors, camisetas, bonés e brindes diversos. Essa restrição, segundo o presidente da OAB-MT, favorece os políticos mais conhecidos e também aqueles que dispõem de dinheiro para contratação de cabos eleitorais, que, por lei, não têm vínculo empregatício. Os cabos eleitorais recebem a chamada “semanada” como pagamento pelos serviços.

Durante o lançamento da campanha, Francisco Faiad lembrou que a tecnologia também está a serviço do crime eleitoral. Ele informou que empresas especializadas já desenvolveram programas que permitem até monitorar a atuação do cabo eleitoral, acoplado a um sistema de telemarketing. Na prática, o esquema consiste em conhecer a cadeia de votos que o cabo eleitoral pode conquistar ao candidato. “Isso é ruim para a democracia”, finalizou Francisco Faiad.