Em reunião de Conselho, OAB realiza moção póstuma a Ricardo Trad e Diva Marangoni

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), concedeu moção póstuma a dois advogados que deixaram sua contribuição no meio jurídico e na advocacia sul-mato-grossense: Diva Marangoni Figueiredo e Ricardo Trad. A homenagem foi lida pelos conselheiros Márcio Fortini e Tiago Bana Franco durante reunião do Conselho Seccional nesta sexta-feira (31).
O presidente da Seccional, Mansour Karmouche ressaltou a importância em relembrar os entes que tanto contribuíram para a advocacia sul-mato-grossense. “Ricardo foi um grande advogado, sem dúvida, um dos maiores advogados do Brasil. Ele estará sempre nos anais da historia jurídica sul-mato-grossense e brasileira”, pontuou.
O diretor-tesoureiro da OAB/MS, Stheven Razuk, lembrou momentos de confraternização entre seu pai, o juiz eleitoral Abrão Razuk e o advogado Ricardo Trad. “Eles foram contemporâneos, estudaram juntos, viveram uma vida inteira juntos, de amizade, brincadeiras, companheirismo profissional… Fica o nosso registro e nosso apoio à família Trad e as nossas amizades longínquas que se Deus quiser, durará por muitos anos”.
Coube ao conselheiro estadual Tiago Bana Franco prestar a homenagem póstuma ao advogado criminalista Ricardo Trad. Em suas palavras, o conselheiro ressaltou características marcantes que ficarão nas memórias de todos. “Pela advocacia criminal muitas vezes a técnica não é suficiente. A advocacia criminal, muitas vezes se deve levar a compaixão que ele sentia e compartilha-la para que também os outros a sintam, e ele sempre soube fazer isso muito bem. O Dr. Ricardo era um homem determinado e que tinha compaixão pelo ser humano. Pelos dramas da vida humana, pela nossa frágil resistência; e isso foi o que distinguiu, esse foi o seu diferencial”, avaliou.
Para finalizar a moção ao pai, o advogado e ex-conselheiro estadual da OAB/MS, Ricardo Trad Filho (Ricardinho), teceu algumas palavras de honra ao pai que faleceu em 31 de janeiro de 2017. “O sentimento de gratidão por esse momento, meu amigo Mansour, supera qualquer fronteira. O meu sentimento como advogado, o sentimento da minha família, o sentimento dos meus irmãos como advogados, e que vivem o dia a dia da advocacia lutando pela liberdade humana e defendendo o patrimônio moral das pessoas… vejo aqui meus queridos amigos da Ordem dos Advogados do Brasil, com quem pude compartilhar durante o tempo que estive conselheiro, e dizer que aqui me sinto bem, que aqui também, senhor presidente, é minha casa e chego a conclusão de que aqui também era a casa dele, de Ricardo Trad”, ponderou Ricardinho.
Sob muita emoção, Ricardinho lembrou um dos últimos pedidos de seu pai, dizendo a ele e seus irmãos, para cuidarem de sua mãe, a psicóloga Tânia Trad. “Sinta-se abraçada, minha mãe. E aqui, permito-me falar em nome dos meus irmãos e meus sobrinhos, que além de cinco filhos e 10 netos, meu pai deixou muitos valores também”, disse.
O ex-conselheiro lembrou ainda, da integridade de profissional que seu pai teve, em todos seus atos e conduta advocatícia. “Quando uma arbitrariedade chegava aos seus pés, a ponto de ofender a dignidade de um cliente seu, saía a hora que fosse em defesa deste cliente, contra até mesmo alguma autoridade prepotente; e é por isso mesmo que ele reverenciava os advogados e promovia, de uma forma humana e extremamente sensível, o julgamento de advogados anônimos que chegavam aqui, nesta tribuna, a se defender quanto a uma representação injusta”, recordou.
Por fim, Ricardinho disse que o pai vive presente na história da advocacia e nas gerações seguintes e leu um trecho de uma carta que fez à Ricardo Trad, ainda em vida: “Parabéns pelo amor que nos nutre; parabéns pelo exemplo de homem, marido, pai, profissional, advogado, na passarela da vida; me encho de orgulho ao ouvir que sou seu filho e que carrego o seu nome…Celebremos seu dia! Homem abençoado, forte, dinâmico, bem humorado; solidário, feliz e infinitamente generoso. O nosso presente, com a sua disposição genética, é continuar pelas veredas da vida, levando sempre, seu galardão”.
Além de Ricardinho, a esposa de Ricardo Trad, Tânia Trad, os filhos, Assaf, José Belga, Gioavana e representando a filha Isabela, a neta Bruna junto de seus primos Marina e João estiveram presentes na homenagem.
Moção à advogada Diva Marangoni Figueiredo
Durante a homenagem, o conselheiro estadual Márcio Fortini lembrou a carreira da advogada Diva Marangoni Figueiredo, que faleceu vítima de um câncer em 30 de janeiro de 2017. “Falar de uma das qualidades de uma pessoa como a doutora Diva, talvez não contemple todas aquelas que ela tinha, devido ao seu caráter e sua retidão, mas é importante lembrarmos como ela conduzia sua vida, família e trabalho. É importante frisar da sua atuação dentro da Defensoria Pública, a qual exercia com maestria e de onde se desligou para dedicar-se à advocacia privada, ao lado de seu amado e companheiro Harisson de Figueiredo”.
Fortini que integrou a banca de advogados administrada pela advogada, recordou lições obtidas, dentro do convívio com o casal Figueiredo. “Pude aprender que o resultado é sempre importante, mas o que mais importa é a forma que você o obtém”.
Por fim, disse da garra que a advogada tinha pela vida, mesmo portando um câncer, cuidou de sua mãe e marido, antes de cuidar a si mesmo. “Lamentamos, profundamente a sua perda. Rogamos ao ente supremo que a proteja e guarde, dizendo que sentimos muito a sua falta, doutora Diva”, ponderou.