Exemplo: Advogada há 40 anos, Doutora Maria José visita Seccional

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Na pasta que carrega com os documentos pessoais, a Advogada Maria José Correia Porto Papandreu guarda uma lembrança, o convite de formatura. O ano? 1976. O documento traduz o orgulho de uma mulher que desde criança sonhava em ser advogada. Neste mês, Doutora Maria completa 40 anos de profissão.  
 
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a Advogada fez uma visita à presidência da Seccional, junto a sua filha, também Advogada, Rachel Correia Porto Papandreu, e contou um pouco de sua história e caminho percorrido na advocacia.

De descendência holandesa, Doutora Maria e sua família se mudaram para Campo Grande. Com 7 anos de idade e a promessa de uma vida melhor em terras, até então, mato-grossenses, Doutora Maria cresceu com o sonho de ser advogada, “seguindo os passos do tio João Correia, que morava em Brasília”.

Formada em 1976 pela antiga Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT), atual UCDB, Doutora Maria fazia parte de uma turma de 75 advogados. “A gente se formou em 1976 e em 1978 eu entre na OAB. Naquela época, a Ordem dos Advogados do Brasil era em Cuiabá. Depois que dividiu o Estado, dividiu OAB de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”.

Doutora Maria recebeu a carteira da OAB/MS 1899 em 1978. Nesta sexta-feira foram entregues mais 70 carteiras profissionais, chegando a 23015. Durante esses 40 anos foram mais de 21 mil advogados e advogadas que receberam a carteira. Entre elas, sua filha, Rachel, OAB/MS 16542.

Quatro décadas
 

“No início, o mercado era feito praticamente por homens”. A Advogada lembrou que quando começou a advogar três juízas se destacavam no Estado, a Doutora Dagma Paulino dos Reis, a primeira a assumir a mais alta Corte de Justiça Estadual, seguida de Tânia Garcia de Freitas Borges e Marilza Lúcia Fortes.
 
Os anos não eram fáceis. “Eu passei por todo avanço das tecnologias. Na minha época, eu era máquina de datilografia, depois surgiram os computadores, a Internet, um avanço para a advocacia”.
 
Mas Doutora Maria sempre se destacava em seu escritório e nas visitas ao Fórum. “Sempre muito educada e cordial, lembro muito da Doutora Maria nas suas idas e encontros que tínhamos no Fórum”, lembra o Presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche.
 
Anos depois, já casada, a Advogada cursou a Escola Superior da Magistratura. “Rachel era pequena, ela ia nas aulas comigo. Todo mundo adorava ela, pequena, já ouvindo sobre advocacia”, diz Doutora Maria.
 
“Desde criança, eu ia com ela nas aulas, no escritório, no Fórum… acho que daquela época veio minha paixão pelo mundo jurídico”, cita Rachel.
 
O endereço? “Esse continua o mesmo”, ela diz orgulhosa, “até hoje atuo no mesmo escritório, na Rua Dom Aquino, mas agora com minha filha”.
 
Mesmo com as quatro décadas de carreira, sem perder o linguajar jurídico, Doutora Maria se diz apaixonada pela profissão. “Eu sou exigente sim, o Português tem que ser correto. São quase 40 anos de profissão, sem qualquer processo disciplinar. Enquanto eu tiver saúde e disposição, eu estarei firme na minha profissão com minha filha. Tenho orgulho de ser advogada. Tenho orgulho da minha profissão”.

Mãe coruja
 

Orgulhosa da filha, Doutora Maria olha com admiração para a Advogada Rachel. “Minha filha é muito estudiosa, dedicada e esforçada, uma companheira e colega de profissão incrível. Nos damos muito bem. Um orgulho para a mãe”, diz sorrindo para a filha.
 
“Minha mãe é meu espelho. Eu sempre sigo as orientações que ela me passa, a experiência vasta de muitos anos de profissão, a maneira como ela conduz, como fala com os clientes, tudo eu trago para minha vida. Nós trabalhamos há anos juntas e nos damos muito bem”, cita Rachel.
 
Vaidosa e muito arrumada, Doutora Maria brinca que a filha a chama de “professora” quando precisa de uma ajuda. “Desde criança, eu me inspirava nela, sempre sonhei em ser advogada. Entre na faculdade, depois estagiei com ela, me formei em 2011, passei na OAB em 2012 e logo comecei a atuar no escritório com ela”. Rachel agora estuda para passar em concurso público.