Fábio Trad convoca classe política a superar divergências e se unir à sociedad

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Campo Grande – Ao discursar como convidado na “sessão itinerante” da Câmara Municipal de Campo grande realizada na manhã de hoje (10) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul, o presidente da OAB/MS, Fábio Trad, convocou os vereadores, e através deles toda a classe política e autoridades, a se unir ao Movimento MS Contra a Violência encabeçado pela Ordem e que agrega toda a sociedade através de seus segmentos organizados. “Se a Câmara se engajar, não apenas de forma protocolar, mas de coração, de espírito e de ações, o movimento será exitoso. Acabar com a violência é utopia, mas, a união de toda a sociedade pode, pelo menos, reduzir a níveis toleráveis os índices de violência em nossa Capital e em nosso Estado como fizeram cidades paulistas como São Carlos e Diadema”, afirmou.

Fábio Trad lembrou que a iniciativa de convidar a Câmara dos Vereadores a realizar a sessão na sede da OAB/MS partiu do advogado José Augusto Lopes Sobrinho, um dos coordenadores do Movimento MS Contra a Violência, e foi prontamente aceita pelo presidente do Legislativo, vereador Edil Albuquerque (PMDB). Destacou que o movimento não “é contra o governo”, ao contrário, requer a adesão dos “governos em nível municipal e estadual” para, junto com a sociedade, alcançar êxito em seus objetivos.

Ao alertar sobre o crescimento da violência em Campo Grande, o presidente da OAB/MS citou afirmações do juiz da 1ª Vara Criminal da Capital, José Paulo Cinoti sobre sua preocupação. “O juiz atende pelo menos vinte audiências diárias de casos criminais e está e por estar no ‘olho do furacão’ conhece bem os problemas. Ele afirma que quando veio de Ponta Porã para Campo Grande, em meados dos anos 90, 41% dos processos eram referentes a furtos, onde o acusado extrai o bem material sem causar violência, e que hoje esses casos foram substituídos por roubos, onde existe a violência. Se não fizermos nada agora, esses casos se tornarão latrocídios, ou seja, o roubo seguido de morte”.

Escolas do crime – Citando dados estatísticos de São Paulo, Fábio Trad afirmou que para zerar o déficit de 73 mil vagas nos presídios naquele estado um governo teria de investir em quatro anos de mandato quase R$ 2 bilhões, sem contar o custo diário de cada detento. “A analogia que cadeia é faculdade do crime é verdadeira até economicamente. Cada preso custa ao Estado o mesmo que se paga por um curso de pós graduação em uma faculdade de ponta”, ilustrou, lembrando que o Brasil tem gasto ao longo das últimas décadas mais com o sistema penitenciário do que com os setores de educação e saúde.

Reforçou que além de presídios, diversas outras ações visando prevenir a criminalidade podem e devem ser tomadas pela sociedade e pelas autoridades e para que isso se torne realidade é necessário o engajamento de todos. Lembrou que além de liderar o Movimento MS Contra a Violência que está instituindo um Fórum Permanente para propor e cobrar uma política pública de segurança, a OAB/MS está reativando em Campo Grande e no Estado o programa “OAB vai à Escola” onde advogados visitarão todas as escolas públicas prestando informações aos alunos, familiares e comunidades em geral sobre direitos e deveres essenciais à cidadania e necessidade básica à segurança.

Ao concluir, dirigindo-se a todos os vereadores, Fábio Trad reforçou o pedido do engajamento da Câmara e de cada um de seus integrantes. “Este movimento tem uma causa de interesse de toda a sociedade, não é de um partido. Por isso, é hora de superar as divergências e se unir. Com essa união quem vai ganhar é o futuro do Estado”, concluiu.