Herthe Brito: Sinônimo de alegria e resiliência para quem fica

Resiliência, do latim “Resilire“, capacidade que cada pessoa tem de enfrentar seus problemas, de se adaptar e superar as adversidades, de se manter firme, independentemente da situação. Herthe Brito espalhava força e alegria por onde passava, com um sorriso que jamais será esquecido.
Guerreira, lutou até o último dia contra o câncer. No último dia 12 de abril, o Ser lá de cima levou seu esposo, Jurandir, conhecido pelos amigos como “Jura”. O baque foi grande. A tristeza apertou e ela não resistiu, partindo nesta quarta-feira (28).
Exemplo de força e alegria, a Vice-Presidente da CAAMS deixou um grande legado. Nascida em São Paulo, em 17/05/1956, filha de Hermano Vilela Martins e Therezinha do Menino Jesus de Leal Martins, entrou na advocacia em 1992, com a carteira 5592. De lá pra cá, teve uma trajetória de superação, de sobreviver a momentos difíceis, de essência e de aprender com as adversidades. Um legado de resiliência.
Aqui fazemos uma relação com os estudos do Doutor Renato Barra, Médico Nuclear pelo Hospital de Câncer de Barretos. Ele resume as pesquisas sobre resiliência em três fases. No passado, se dedicavam à capacidade física que um material tem de sofrer um alto nível de pressão e voltar ao estado natural. Com o tempo, conceituaram como uma capacidade de se recuperar às mudanças e traumas. Uma terceira geração se dedica, atualmente, à resiliência como uma atitude de transformação, de prever cenários e da importância de não desistir na busca pelos propósitos.
Superar momentos difíceis. Em 2019, Herthe foi diagnosticada com câncer no útero, fez o tratamento e se curou. No início da pandemia no Estado, em 2020 veio novo diagnóstico, outro câncer, agora no peritônio. O susto foi grande, um tumor raro que surge no tecido que reveste o abdômen.
Ela não desanimou, sempre confiante, “para cima”, otimista com a vida, fez o tratamento, a quimioterapia e estava se recuperando. Em março, a Covid chegou à casa da Doutora Herthe e mais um desafio a ser superado. Dessa vez, o Ser lá de cima levou seu marido, o Advogado e Juiz aposentado Jurandir Rodrigues Brito, conhecido pelos amigos como “Jura”.
Os dias não foram fáceis, Herthe deixou de vir à instituição, mas não deixou de estar sempre presente nos grupos de WhatsApp, conversando por ligação e vídeo com os colegas Diretores.
Na hora do caos, mostramos a nossa essência. Não importava o câncer, a pandemia ou o quão “fraca” poderia estar seu interior, ela tinha ciência da mentalidade otimista e transparecia uma força divina. Uma mulher sincera e amável. Um interior solidário com todos, sempre ajudando o próximo. Essa era a Doutora Herthe, guerreira e com uma essência invejável.
Aprender com as adversidades. Ela não só aprendia, como dava aula de força e esperança. Exemplo para todos que a rodeavam. Nas redes, se orgulhava das netas, postava toda semana fotos das pequenas. Uma verdadeira mãezona e vozona, apaixonada pela família. Neles, ela encontrava o conforto para enfrentar os momentos difíceis.
Aos filhos Alessandro, Hermano, Julio, Priscila, Rodrigo e aos netos Gabriel, Helena, Isadora, Maite, Manoela, Sarah e Thayla nossos sentimentos, de luto e de conforto. Saibam que a Doutora Herthe fez a diferença na vida de muitas pessoas. Mostrou o que é ser resiliente e o quanto isso é importante a cada dia.
Esse ano não tem sido fácil. A Covid, que antes levava rostos desconhecidos, agora leva olhares próximos, de amigos e familiares. Herthe a enfrentou e mostrou que mudanças e problemas não são motivo de tristeza, para nos derrubar, mas para nos tornar mais fortes.
O problema não é o acontecimento em si, mas como percebemos a situação. É ver aquela luta como um desafio a ser superado e uma oportunidade de crescimento. Então, como nos mantermos firmes em meio ao caos? Aquela que agora está lá em cima sabia a solução: é “sobre viver” resiliente.
Texto: Catarine Sturza
Fotos: Gerson Walber e Arquivo Pessoal