Importância e desafios da mulher advogada no cenário atual foram temas de debate

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A dificuldade de ascensão de advogadas por causa do gênero, barreiras à igualdade no trabalho, os impactos da Reforma da Previdência na vida da mulher e os desafios da advocacia em meio à crise foram os assuntos debatidos na tarde desta sexta-feira (18) na 1ª Conferência da Mulher Advogada, realizada no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul.

A tarde de palestras e debates foi aberta pela Advogada Patrícia Bertolin que apresentou o seu livro “Mulher Advogada”. O livro é o resultado de uma pesquisa feita em 10 das 20 maiores sociedades de advogados de São Paulo e foi usada em seu Pós-Doutorado. Com essa pesquisa, Patricia descobriu que muitas mulheres acabam desistindo do direito porque no caminho encontram uma barreira que as impede de crescer profissionalmente.

“Ela foi pensada para ser exercida por homens no passado e hoje as mulheres são a maioria nos cursos de direito, mas ainda é uma profissão muito cruel com as mulheres. Eu realizei essa pesquisa e pude verificar que as mulheres ainda encontram um teto de vidro. Ou seja, elas ascendem até um determinado ponto carreira e partir dali a maioria não passa. A maioria encontra essa barreira que é chamada de teto de vidro porque é invisível”, revelou.

Com a mesa de debates composta pelo Juiz titular da Vara do Trabalho de Coxim/MS, Flavio da Costa Higa; do doutorando em Psicologia, Antonio Gracia Neto; da Advogada Ynes da Silva Félix e Advogada Adriany Barros de Britto, a Advogada especialista em Direito do Trabalho, Regina Stela Correa Vieira ministrou a palestra “Estereótipos e barreiras à igualdade de gênero no trabalho e o Dano Moral”.

Regina explicou que “a relação entre o sexo é muito mais uma relação construída do que uma relação biológica e as ideias de homens e mulheres estão relacionadas com como eles se inserem no mercado de trabalho”.

Segundo Regina, a maioria das mulheres está inserida no mercado em profissões como doméstica ou magistério por causa do estereótipo de que elas são mais frágeis, dóceis. Já os homens estão em profissões relacionada à força, que são mais valorizadas.

Outro assunto debatido pela Advogada foi o assédio no trabalho, que é um dos modos de discriminação. “Tudo isso precisa ser combatido, entendendo que local de trabalho é espaço das mulheres, a gente merece respeito do mesmo jeito e a voz das mulheres precisa ser ouvida”, enfatizou.

A Advogada Naiara de Moraes e Silva falou sobre “O Direito Previdenciário e os Impactos na Vida da Mulher”. “São impactos não só na mulher enquanto gênero, enquanto cidadã, mas também a mulher advogada previdenciária”, conta. Assuntos como a Reforma da Previdência foram discutidos no sentido de como ela pode impactar as mulheres em termos de aposentadoria, pensões, concessões de benefícios. E sobre a advocacia previdenciária foi falado sobre a militância, como é o mercado de trabalho e como é a proteção da OAB.

Na terceira mesa da tarde, a Advogada e ex-Presidente da OAB/DF, Estefânia Viveiros, parabenizou a OAB/MS pela 1ª Conferência da Mulher Advogada e falou sobre os meios alternativos de solução de conflitos, pelo Estado, e sem ser pelo Estado, obviamente fazer a distinção de conciliação, mediação e arbitragem, e outros meios para execução com a busca de rapidez no recebimento do crédito. “Estamos vivendo um momento de crise, crise financeira, crise econômica, fizemos uma análise de quais o tempo para reduzir os processos em andamento, ou seja, o que o Código de Processo Civil nos deu de oportunidade pela lei para solução do processo mais rápida, a conciliação obrigatória, a mediação, que são formas também onde o Estado tem esse monopólio de resolução de conflitos e também hoje temos outra opção que é a resolução de conflitos sem ser do monopólio do poder judiciário, que com isso nós temos a mediação e arbitragem”.

 

Fotos: Dani Zanetti