OAB acompanha condenação de intermediário da morte de Dorothy
Belém (PA), 27/04/2006 – O capataz Amair Feijoli da Cunha, conhecido como “Tato”, foi condenado nessa quarta-feira a 27 anos por ter intermediado a execução da missionária norte-americana Dorothy Stang, ocorrida em fevereiro do ano passado no Pará. Beneficiado pelo júri pela lei da delação premiada, a pena final foi fixada em 18 anos de prisão por colaboração com a Justiça. O julgamento, conduzido pelo juiz Cláudio Montalvão das Neves, foi acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará. Em seu depoimento, Tato confirmou o que disse na fase de instrução do processo, quando apontou os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”, e Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, como os mandantes do crime. Cunha confirmou que Galvão e Moura pagaram pelo assassinato da freira o valor de R$ 50 mil aos pistoleiros Rayfran das Neves e Clodoaldo Batista, estes já condenados. Do lado de fora do prédio do Tribunal, mais de 200 agricultores vindos de Anapu – município paraense onde a missionária foi morta – acompanharam o julgamento. Agora, a OAB-PA aguarda o julgamento dos acusados de terem sido os mandantes do assassinato da missionária. Instituída em 1999 para ajudar no combate à criminalidade, a Lei 9.807 (também conhecida como delação premiada) oferece a condenados pela Justiça a chance de permanecer menos tempo na cadeia, desde que colaborem com a investigação. Dependendo do critério do juiz, a pena pode ser reduzida entre um e dois terços. Dorothy Stang, cujo assassinato completou um ano no dia 12 de fevereiro deste ano, lutava pela implantação de um Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS) para a região quando foi executada.