OAB afirma que prisão de controlador de vôo só agravará crise
Brasília (DF) – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, afirmou hoje (21) que a determinação da Aeronáutica para prisão administrativa do sargento Carlos Henrique Trífilio Moreira da Silva, um dos líderes dos controladores de vôo, “é mais um elemento a atrapalhar a solução da crise aérea”. Para ele, esta forma que o governo está lançando mão para solucionar a crise aérea, por meio da força, “não é correta e só complicará um problema que já é seríssimo”. As afirmações de Britto foram feitas durante entrevista na Câmara dos Deputados.
“Está-se evitando a negociação; está-se proibindo que as pessoas, por meio do consenso, resolvam esse problema que é muito grave para o Brasil; está-se querendo discutir a partir da imposição”, sustentou o presidente nacional da OAB, fazendo um apelo ao diálogo. “Não se impõe solução para esta crise, é preciso discutir, é necessário um grande debate”.
Para Cezar Britto, o encaminhamento de possíveis soluções para a crise já começou errado com a escolha do Comando da Aeronáutica como interlocutor do governo. Essa escolha, segundo ele, “trouxe um embaraço legal que é a questão da hierarquia – não se tem o costume no Exército e na Aeronáutica, até por força de determinação regulamentar, de negociar com quem não é oficial”, observou, lembrando que os controladores de vôo, na maioria militares, são sargentos.
O sargento Carlos Henrique Trífilio, contra quem a Aeronáutica expediu ordem de prisão administrativa por 24 dias, é presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo, área onde trabalha há 20 anos. Ele teria sido punido por haver concedido entrevista à revista Universo Masculino e ter seu nome citado em reportagem da revista Veja.