OAB/MS apoia Campanha do Laço Branco para sensibilizar homens no combate à violência contra a mulher
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), promoveu na manhã desta sexta-feira (6), encontro em apoio à ‘Campanha Laço Branco’ que busca sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. A ação realizada por meio da Comissão da Mulher Advogada teve a presença de representantes de diversas Comissões e instituições apoiadoras da causa.
De acordo com a Secretária-Geral Adjunta Eclair Nantes, trata-se de uma proposta do Conselho Federal em que todas as Seccionais simultaneamente aderiram ao projeto. “A proposta é sensibilizar aos homens para que eles também mostrem o descontentamento com o tamanho da violência contra a mulher”, destaca.
Presidente da Comissão da Mulher Advogada, Claudia Cafure citou que campanhas como essa são fundamentais para o engajamento da causa. “Essa data emblemática foi escolhida para que não ficasse esquecido o massacre ocorrido na Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá, e o machismo que gerou”, falou referindo-se à origem do ‘Laço Branco’.
A advogada Iacita Azamor frisou que o dia é de reflexão. “Faz a gente pensar sobre o machismo que assola o nosso país. Temos a Casa da Mulher Brasileira que protege a mulher em situação de violência, mas precisamos caminhar muito na direção da prevenção para que não precisem recorrer a este amparo. Somente falando sobre o machismo e o sistema que temos ainda patriarcal e muito enraizado é que vamos conseguir combater o problema”, disse.
Para a Subsecretária Municipal de Políticas para a Mulher Carla Stephanini, hoje é o dia dos homens pelo fim da violência contra a mulher. “Esse engajamento é fundamental para nós. Nessa manhã iniciamos com a blitz e tivemos o comparecimento de vários homens. Se estamos combatendo o machismo queremos o protagonismo das mulheres. Esta é a Casa da Cidadania e a voz das mulheres tem que estar presente. Depois de muita luta hoje temos uma mulher na Diretoria, além de Conselheiras e membros de comissões”, comemorou.
Na avaliação da Advogada Ana Adbo “o empoderamento masculino acaba sendo dado pela mulher, portanto é importante que ela se torne independente e acredite nela para ser uma pessoa livre e sem submissão”.
Representando a voz masculina, o Advogado Osvaldo Nunes Ribeiro avalia que a violência contra a mulher é cultural em alguns lugares do país e que é necessário promover campanha com a proposta de reverter a situação. “A evolução da sociedade faz a humanidade trazer nova perspectiva de socialização e harmonia. A OAB/MS valorizando a cidadania participa nesse aspecto de buscar e aperfeiçoar a harmonização nas relações humanas. Essa violência tem que ser posta em discussão para resgatarmos o respeito que é a base das relações, além da fraternidade”, declarou.
História
No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá. Ele ordenou que os homens se retirassem da sala e gritando para as estudantes que permaneceram: “vocês são todas feministas!”, começou a atirar, assassinando à queima roupa 14 mulheres. Em seguida, Lepine suicidou-se. O rapaz deixou uma carta, na qual afirmava que havia feito aquilo, porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando um amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência. Surgia assim a primeira campanha do Laço Branco, criada por homens, que elegeram como símbolo, o laço branco e adotaram como lema: “jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência”.
A campanha do Laço Branco está presente em mais de 50 países em todos os continentes e é apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das maiores iniciativas mundiais direcionadas para a temática do envolvimento de homens com a violência contra a mulher.