OAB/MS repudia atitude em vídeo machista na Rússia

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A Comissão Nacional da Mulher Advogada do CFOAB e todas as Presidentes das Comissões da Mulher Advogada das Seccionais da OAB vêm a público apresentar seu mais profundo repúdio às cenas grotescas e vergonhosas, protagonizadas por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo na Rússia.  

Os brasileiros cercaram uma jovem mulher, aparentemente russa, fazendo-a repetir palavras de baixo calão, em escárnio ao seu órgão sexual, sem que ela fizesse a menor ideia do que estava falando.  A naturalização com a qual esses homens desrespeitam a estrangeira, divertindo-se às gargalhadas, pulando e cantando um coro misógino e abusivo, apenas provam o quanto estamos doentes como sociedade. Além do machismo alarmante, o que causa asco e vergonha é a violência moral, cometida por homens que deveriam saber os limites de seus atos, estando, dentre eles, um colega advogado do Estado de Pernambuco.  

 

O grupo não estava apenas se regozijando às custas de quem não entendia uma única palavra proferida, mas também demonstrando a naturalidade com a qual praticam a imoralidade, pois seus integrantes fizeram vídeos, tiraram fotos e publicaram em suas redes sociais, para que todos compartilhassem com eles esse momento de "alegria e diversão",  registrando o escárnio, o abuso e a agressão contra uma mulher.   

 

Algo de muito grave há quando pessoas se divertem às custas do sofrimento do outro. Não foi piada nem brincadeira: é mais um episódio de perversidade, que retroalimenta a violência, aumentando os números que atrasam o nosso desenvolvimento democrático. 

 

A opressão e o constrangimento sexual são parte da vida das mulheres e as atinge em todas as gerações. É responsabilidade de todos nós coibir práticas que exponham as mulheres e as objetifiquem, reduzindo-as aos seus corpos. O abuso foi covarde e humilhante, atingindo todas as mulheres do mundo. É preciso reforçar políticas públicas e institucionais para combater a misoginia, adotando práticas de igualdade e respeito.  

 

Dados do 11º Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no ano passado, mostram que uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil a cada duas horas. Outra informação alarmante é em relação ao estupro: a cada 11 minutos, uma mulher é vítima de violência sexual. E, a todo instante, as mulheres são banalizadas e assediadas na internet, nas ruas, na mídia.  

 

Estamos todas indignadas e envergonhadas. Fomos todas assediadas,  agredidas, constrangidas e humilhadas.   

 

 

Eduarda Mourão Eduardo Pereira de Miranda 

Presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada – CNMA

 

Andrea Marques, presidente da CMA da OAB-BA.  

Aline Silva Corrêa, Presidente da CMA DA OAB-RO.

Ananda Farias, Presidente da CMA da OAB-MA.

Anna Caroline Lopes, Presidente da CMA da OAB-PB

Eloina Maria Braz dos Santos, presidente da CMA OAB AL

Maria do P. Socorro Rodrigues de Souza ,  Presidente da CMA OAB AC

Ariana Garcia, presidente da CMA OAB-GO

Marisa Gaudio, presidente da CMA OAB-RJ

Gisela Alves Cardoso – presidente CMA – OAB/MT

Emilleny Lázaro da S. Souza, presidente da CMA OAB-TO

Lucineide Freire, presidente CMA-OAB/RN

Beatriz Maria Luchese Peruffo Presidente da CMA -OAB-RS

Cristina Alves Tubino, presidente CMA- OAB/DF

Suzana Poletto Maluf, presidente da CMA – OAB/MS

Eduarda Mourão Eduardo Pereira de Miranda, Presidente CMA-PI