Ordem dos Advogados deve acompanhar investigações em torno da violência contra
O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, recebeu hoje (19/01) pela manhã, em seu gabinete, a visita de representantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos “Marçal de Souza” e de indígenas da região de Amambaí. Durante o encontro eles solicitaram que a OAB-MS designe um conselheiro para acompanhar de perto questão da violência contra os índios e os conflitos de terra na região.
Por ocasião da reunião, da qual participaram os indígenas Ortiz Lopes e Samuel Ortiz; a presidente do CCDH, Fabíola Silva Santos; a assessora jurídica do Centro, Rosemeire Cecília da Costa; e a coordenadora de Comissões da OAB, Michelle Dibo, foi manifestada a preocupação da Coordenação dos Movimentos Sociais em relação à violência contra o povo indígena Kaiowá Guarani em Mato Grosso do Sul.
Um dos pontos mencionados foi o assassinato de Xuretê Julita Lopes, de 73 anos, e o desaparecimento de Anatalino, 14 anos, além do ferimento de Valdecir Ximenes, fatos esses ocorridos no dia 9 deste mês, durante a desocupação da Fazenda Madama, no município de Coronel Sapucaia.
Também foi relatado ao presidente da OAB-MS que além da violência física verificada contra os indígenas, a comunidade viu-se obrigada a esperar por cinco dias uma autorização judicial para o enterro de Xuretê Lopes no local em que foi assassinada. As decisões da Justiça Federal em Ponta Porã e do Tribunal Federal de Recursos, em São Paulo, negaram aos índios o direito de sepultar a vítima no local em que ela faleceu.
Durante o encontro, o CDDH “Marçal de Souza” reivindicou que a OAB-MS indique um conselheiro seccional para acompanhar as investigações e inquérito em torno dos episódios de violência. Solicitou, ainda, que seja criada no âmbito da Seccional uma Comissão de Direitos Indígenas. O presidente Fábio Trad adiantou que as reivindicações serão encaminhadas a apreciação do Conselho Seccional, já em sua próxima reunião.