Passeata silenciosa marca o movimento da OAB pela paz em Dourados
Dourados – Uma caminhada silenciosa, precedida de manifestações contra a violência, em frente à sede da OAB/Dourados e terminando com orações pedindo o fim da violência no Brasil, em frente à Catedral Imaculada Conceição. Assim foi o ato pela paz promovido pela 4ª. Subseção, quinta-feira, 26 de abril.
A organização do movimento foi decidida após o recrudescimento dos atos de violência urbana na cidade, primeiro com o assassinato de um estudante por um colega, no pátio de uma escola estadual e depois a chacina de uma família, no Jardim Canaã I.
Os manifestantes, tendo à frente o presidente da entidade, Sergio Henrique P. M. Araújo, usavam roupas brancas com uma tarja preta no braço, em sinal de luto pelas vítimas, além de carregarem faixas com palavras de ordem. Várias escolas e lideranças empresariais, políticas e policiais aderiram ao movimento. Ao chegar em frente à Igreja Matriz todos se cumprimentaram como os cristãos, desejando paz uns aos outros e fizeram preces para que não só Dourados, mas todo o País, viva dias de paz e com mais segurança.
O movimento foi de alerta e conscientização à população e para conclamar as autoridades a não medir esforços, disponibilizando mais recursos e priorizando o setor de segurança pública para que a população tenha mais tranqüilidade dentro e fora de casa. O presidente Sergio Henrique entende que “é preciso se tomar providências urgentes e eficazes para conter a onda de violência”, mas alerta, tudo o que for feito “deve ser de forma serena e observando-se os preceitos constitucionais”, indo na mesma linha de pensamento das instâncias superiores da OAB, contra a tese de redução da idade penal “só acrescentaria novos problemas ao quadro, já caótico, de violência, principalmente nas grandes cidades”.
Segundo ele “as providências a serem adotadas não podem ferir a Constituição”. “O governo e, principalmente, o legislativo, para ele, não podem agir em função de um momento de clamor popular”. Ele disse ainda que só com apuração rigorosa de cada caso e com a aplicação do direito e se fazendo justiça é que se poderá chegar a uma solução. “Passou o tempo de caças às bruxas, a justiça vale para todos”, acrescentou.
Além da passeata a OAB vai continuar vigilante aos fatos e, principalmente cobrando das autoridades a aplicação de medidas para diminuir a violência, como os pleitos encaminhados, em âmbito municipal, para se melhorar o efetivo da guarda municipal para reforçar a segurança nas escolas, e junto ao governo estadual, melhorias de condições de trabalho das polícias civil e militar.