TJ/MS realiza mesa redonda em comemoração ao Dia Nacional da Adoção
Em comemoração ao Dia Nacional da Adoção, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio da Escola do Servidor Público do Poder Judiciário – ESPJ, em parceria com a 1ª Vara da Infância e da Juventude, realiza uma Mesa Redonda, cujo tema é Adoção de Recém-Nascidos: “O Papel da Equipe Médica e Psicossocial nessa Decisão”. A realização desse evento tem como objetivo fazer com que os profissionais da saúde e o público em geral tenham conhecimento de como se faz uma adoção legal, conheçam suas vantagens e encaminhem críticas e dúvidas sobre situações suspeitas. Nos casos em que a criança esteja prestes a ser abandonada e rejeitada, em vez do abandono, o correto é que se faça a adoção com toda a seriedade e apoio psicossocial. Outro objetivo desse acontecimento é conscientizar os profissionais da área de saúde, a fim de que conduzam as mães biológicas, que não desejam assumir os seus filhos, para a Vara da Infância e da Juventude, a qual irá encaminhar essas crianças para adoção. De acordo com a Juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Dra. Maria Isabel de Matos Rocha, esse evento pretende divulgar o trabalho realizado pela Vara da Infância e da Juventude e como funciona todo o processo legal de adoção, bem como colher informações dos hospitais sobre o que aflige as mães e quais as situações em que as crianças correm riscos de rejeição ou abandono. “Queremos que os hospitais e os enfermeiros não resolvam de maneira simplista a questão, “angariando” logo uma “boa família” para entregar a criança, mas que nos encaminhem essa mãe, para que ela seja aconselhada e orientada e, se persistir o desejo de doar o filho, que seja esclarecida sobre o sistema legal de adoção”, afirma a Juíza. O evento acontece terça-feira (25) , no Auditório da Unimed, rua Goiás, 695, Jardim dos Estados, Campo Grande/MS, e conta com a presença da Assistente Social da Associação à Maternidade e a Infância, Dra. Renata Lúcia Amorim de Queiroz; da Enfermeira da Maternidade da Santa Casa, Dra. Sibele Neves de Oliveira; do Médico Ginecologista e Obstetra do Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian, Dr. Marcílio Vargas; da Psicóloga da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Campo Grande, Dra. Luziclaire Sanches C. da Silva e da Juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude da Capital, Dra Maria Izabel de Matos Rocha, além dos representantes da área de saúde e jurídica. O evento será aberto a toda a sociedade campo-grandense. Consequência da adoção ilegal De acordo com a realidade atual, em Campo Grande há uma grande quantidade de recém-nascidos entregues, informalmente, pelas mães a pessoas conhecidas ou a intermediários, muitos deles da área de saúde, enfermeiros, médicos, para que sejam adotados. Essas práticas causam prejuízos pois: – nem sempre a pessoa que vai assumir uma criança nessa situação estará bem preparada ou motivada para adoção. Sem uma preparação e sem apoio psicológico, esta pessoa terá dificuldades maiores para cuidar da criança. Não é possível identificar se a criança está sendo entregue a uma boa família, visto que não há nenhum acompanhamento nem orientação judicial; – não se tem a garantia de que essas crianças venham mesmo a ser adotadas, podendo ser devolvidas à justiça em idade que dificulta a adoção por outra família; – a criança poderá nunca saber de sua origem, uma vez que a família que a receber poderá guardar segredo sobre os dados da família biológica ou, no caso de haver intermediários, os adotantes nem sequer saberão dados dessa família, pois não se conhecerão. A adoção feita por processo judicial possui um registro de dados que estarão disponíveis, caso o adotado queira saber, quando crescer, sobre sua origem e família biológica.