Para OAB, greve de juízes é uma agressão à sociedade

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Desnecessária, imatura e uma agressão à sociedade. Desta forma o presidente nacional em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Antonio Busato, classificou a greve dos juízes estaduais e do trabalho marcada para agosto. Para Busato, a reação da categoria ao projeto de reforma da Previdência levou as entidades que representam os juízes a confundir prerrogativas constitucionais com tratamento diferenciado que desejam receber na reforma pensando em suas aposentadorias. “A reforma, pelo que nos consta, não está tratando de prerrogativas, e isso precisa ficar bem claro”, afirmou. Para o presidente nacional em exercício da OAB, por se tratar de uma classe que exerce funções de Estado, a greve representa também uma afronta à ordem jurídica. Abaixo, declaração do presidente nacional em exercício da OAB, Roberto Antonio Busato: “Ainda que compreenda as distorções salariais existentes e se preocupe com os reflexos que elas podem causar aos quadros da magistratura, a Ordem dos Advogados do Brasil discorda publicamente da greve anunciada pelos juízes estaduais e do trabalho. Sob o argumento de que o projeto de reforma da Previdência está maculando direitos da classe, as associações de juízes estão, na verdade, confundindo as prerrogativas constitucionais de irremovibilidade, irretroatividade e vitaliciedade, que lhes são próprias, com aposentadorias pagas, no final das contas, pelos contribuintes. É preciso ficar claro que se trata de um movimento classista que visa receber, a todo custo, um tratamento diferenciado, e não de defesa de suas prerrogativas. Sendo assim, a greve tem um caráter de interesse próprio, promovida por uma categoria que, por desempenhar funções de Estado, apenas vai prejudicar a sociedade. Nesse sentido, constitui uma agressão à ordem jurídica, revelando-se também fragilizada em seu nascedouro, na medida em que não conta com a adesão de todo o segmento do Judiciário, principalmente da cúpula, além de imatura, quando pega carona na paralisação dos servidores da Justiça.”