Busato: ética do advogado vem antes da fidelidade ao cliente

Data:
Belém (PA), 19/05/2005 – “É inaceitável se praticar a advocacia fora dos padrões éticos. A advocacia deve ser calcada dentro da ética. O respeito à ética vem antes da fidelidade ao cliente”. A afirmação foi feita hoje (19) – Dia de Santo Ivo, padroeiro da advocacia – pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, ao comentar o possível envolvimento de advogados com membros de organizações criminosas em São Paulo. Segundo Busato, a OAB não aceita de forma alguma qualquer desvio de conduta de seus filiados e lembrou que, na sua opinião, é chegada a hora de o Brasil se voltar ao campo ético. “Não podemos, ao contrário do que aconteceu com alguns governantes desse país, perder a nossa compostura moral”, afirmou.

Sobre a possibilidade dos advogados serem revistados quando forem visitar os seus clientes nos presídios, o presidente da OAB nacional garantiu que a advocacia brasileira não é contrária a qualquer tipo de controle, o controle regular que existe. “Nunca fomos, por exemplo, protestar contra a fiscalização eletrônica nos aeroportos”. Ele explicou que a entidade não aceita é que o advogado seja taxado como responsável pela introdução de qualquer tipo de elemento estranho às penitenciárias em função de seu contato profissional com o preso.

Para Busato, é direito do advogado ter o sigilo profissional resguardado com o seu cliente. “Entendemos que o Estado tem, com urgência, que ser melhor aparelhado dentro das prisões para evitar o contato físico e que o detido seja rigorosamente fiscalizado quando há o contato com qualquer pessoa, seja advogado, médico, padre, o próprio policial, o funcionário do presídio ou até mesmo os seus familiares”.