Desembargadores atacam a OAB durante votação de Adin
Marta Ferreira e Sandra Luz A atuação da seccional Mato Grosso do Sul da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi criticada por pelo menos dois dos 21 desembargadores do durante a sessão do TJ (Tribunal de Justiça) em que eles decidiram deixar a cargo do STF (Supremo Tribunal Federal) avaliar a ação que questiona um artigo da emenda contra o nepotismo. A crítica foi quando à participação da entidade no movimento em favor do cumprimento da lei impedindo a contratação de parentes do serviço público. O desembargador Remollo Leteriello, que já empregou a mulher, a filha e dois sobrinhos no Tribunal, afirmou que a campanha em favor da lei é “manipulada” pela OAB e pela mídia. Mais ácida ainda foi a declaração do desembargador Luís Carlos Santini, que também tinha parentes no órgão. Santini classificou a Ordem de “macaquinha” e disse que a entidade de classe está copiando o modelo francês de interferência no Judiciário e deveria se preocupar com questões “mais importantes”. Afirmou, por exemplo, que a OAB deveria se Importar com os advogados que “enrolam”os processos. O desembargador incluiu a imprensa nas suas críticas, afirmando que a mídia local é de uma “ignorância brutal, com raras exceções, que fica se importanto com brincadeiras circunstânciais, porque acha muito bonito”. Santini declarou-se apto a votar a ação contra a emenda, mesmo tendo empregado parentes no órgão.