Estado policialesco só no regime de exceção, diz governador André

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Campo Grande – “Impõe ao Judiciário determinar e à Polícia Federal só investigar. Temos que nos indignar, pois o estado policialesco só deve vigorar no regime de arbítrio, na ditadura militar ou no estado de exceção”. A afirmação foi feita pelo governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) ao presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao se dizer “indignado” com abusos que têm sido cometidos em algumas operações deflagradas pela polícia no País. As afirmações foram feitas durante a visita ao governador feita por Britto, pelo vice-presidente nacional da OAB, Vladimir Rossi Lourenço, e pelo presidente da OAB-MS, Fábio Trad, para tratar de ações do movimento “MS contra a Violência”.

Na ocasião, Cezar Britto ressaltou as constantes violações às prerrogativas profissionais de que têm sido vítimas os advogados, criticou o uso desenfreado de escutas telefônicas nos escritórios de advocacia e afirmou que esta tem sido uma das duas formas de “violências” que mais têm afetado o Brasil. “Uma delas é a violência nas ruas. A outra é a que tem sido cometida pelo Estado, quando ele se torna opressor e ultrapassa todos os limites para efetuar as investigações”, afirmou Britto na sede da Governadoria, em Campo Grande. “Isso se reverte em desrespeito às instituições e o resultado natural é o estímulo à vingança pessoal”.

Na ocasião, o governador Puccinelli se disse preocupado com a falta de recursos financeiros para a segurança pública no Estado, mas elogiou a iniciativa da OAB, de laçar mão de um amplo movimento social visando à redução dos índices de violência no Estado. “A OAB está em consonância com os reclamos da sociedade. Estaremos juntos nesse movimento”, afirmou o governador. Durante a reunião, André Puccinelli autorizou o secretário de Segurança Pública do Estado, Wantuil Brasil Jacini, a promover, conforme reivindicação feita pela OAB-MS, seminário na capital sul mato-grossense sobre programas e formas de combate à violência.